O SINTRAMCAT (Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Catanduva e Região) pedirá intervenção do Ministério Público do Trabalho contra a SPAL COCA-COLA (Indústria Brasileira de Bebidas S/A). O objetivo da ação é coibir a utilização de trabalhadores na condição de chapas, por parte da empresa.
Para ter ideia da existência da situação preocupante, há um ponto de chapa em frente ao centro de distribuição em São José do Rio Preto, somente para prestar serviço COCA-COLA. O esquema é o mesmo no depósito de Catanduva e nas cidades da região.
De acordo com o presidente do SINTRAMCAT, Reginaldo Marcelo Borges, o Alemão, o sindicato tem monitorado as condições em que são feitas as descargas de mercadorias nos estabelecimentos e constatou caminhões que não são da empresa com chapas dentro dos estabelecimentos. “A empresa COCA-COLA contrata chapas para fazer carga e descarga de suas mercadorias nos supermercados, bares e atacados. Essa é uma forma ilegal de burlar as leis trabalhistas”, afirma.
Alemão faz um alerta. A empresa que adquiriu o produto é responsável solidária por serviços envolvendo a mão de obra dos trabalhadores chapas. “Cabe à empresa fiscalizar se o trabalhador é chapa ou empregado da COCA-COLA” e completa:“Vamos notificar as empresas que permitem a contratação de chapas na descarga de mercadorias, sobre os riscos e as consequências legais que as mesmas podem vir a sofrer, caso seja confirmada essa prática”, declara.
Em caso de acidente de trabalho envolvendo chapas, o sindicato irá emitir o CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) em nome do estabelecimento onde acontecer o fato.
Alemão repudia a falta de respeito da COCA-COLA com os trabalhadores. Por outro lado, fácil constatar que a empresa injeta milhões para promover a sua própria imagem. “Aí vem a COCA-COLA financiar os maiores campeonatos esportivos do mundo. Faz amplas campanhas publicitárias em datas comemorativas. Tudo com o dinheiro que deveria ser aplicado em direitos trabalhistas. Assim é fácil crescer, sonegando impostos, contratando trabalhador informalmente, sem registrar a mão de obra. Não vamos permitir essa ilegalidade”, finaliza.
Fonte: Assessoria